sábado, 29 de março de 2014

Companheiro ruivo

Já tinha falado dos piscos anteriormente, em meados de outubro, para anotar a sua chegada. No ano passado, como referi, quando as temperaturas aqueceram deixei de o ver. Para já ele continua por cá.

Chamar-lhe companheiro, é um pouco excessivo, mas quando, dia após dia, o vejo andar por ali a esvoaçar, como que a controlar o que ando a fazer, não deixa de se estabelecer uma relação, ainda que, uma relação de interesse, talvez mútuo neste caso. Ele aproveita-se de mim, porque sabe que ando sempre a jardinar, a mexer com terra, a mover vasos de um lado para o outro, deixando insetos à vista, e em troca visita-me todos os dias, e deixa-se aproximar, bem mais que qualquer outra ave. 

Ainda há semanas andei a mover uns vasos de sítio, e claro, e ele apareceu logo! Eu levava dois vasos de cada vez, e quando os pousava e me voltava para ir buscar mais, lá estava ele a comer no sítio deixado livre pelos vasos. Depois afastava-se quando eu me estava a aproximar, e quando levava mais vasos, lá voltava de novo, e andamos nisto algum tempo, pois foram mais de cem vasos que mudei de sítio!




Hoje andei a separar o composto que já estava pronto e a armazená-lo (mais de 200L) e ele logo apareceu, pois sabe muito bem que, sempre que ando a remexer no composto, há sempre um ou outro bicho que fica à vista para comer.


Empoleira-se, come, e depois voa para a árvore, mas continua sempre a controlar o que eu ando a fazer!


Estás-me a ver, mas eu também te estou a ver a ti pá!

quarta-feira, 26 de março de 2014

Esquilo a poucos metros de casa

Já tinha escrito anteriormente, sobre os esquilos que vi no Parque Biológico de Gaia, e aqui na aldeia, a uns setecentos metros de casa, mas hoje encontrei um, totalmente desprevenido, no chão, a poucos metros da minha casa!

Andava a caminhar pelo monte, mesmo junto ao muro de casa, e vejo o animal a saltitar no chão, e mal me viu trepou logo aos pinheiros e começou a emitir umas vocalizações, provavelmente por se sentir ameaçado com a minha presença. 




Entretanto foi trepando o pinheiro e saltando de árvore em árvore até ficar bem lá no alto.




Na mensagem anterior que escrevi sobre o esquilo (Sciurus vulgaris) disse que foi dado como extinto em Portugal, e que só regressou nos anos noventa do século passado. Mas entretanto já conversei com pessoas que me disseram que já os viam já nos anos cinquenta, por isso, talvez esta afirmação, não seja assim tão correta quanto isso.

P.S.: Creio que este encontro imediato em nada causou trauma no esquilo. Hoje, estava nas traseiras de casa em casa, e ouvi um rec-rec-rec contínuo vindo do pinhal. Fui-me aproximando vagarosamente da direção do barulho, e eis que vejo de novo o esquilo, mas desta feita, a comer descansadamente uma pinha. Estava no pinheiro mais próximo, a poucos metros do meu terreno. Entretanto continuei a trabalhar naquela zona normalmente, andando para lá e para cá, e fazendo o barulho que tivesse de fazer, e o animal lá continuava, calmamente, roendo a sua pinha! Passei depois debaixo dos pinheiros por onde ele anda, e de facto é evidente a sua presença!


Talvez tente conquistar a sua confiança proporcionado-lhe alguma comida - sem ser pinhas! - e quem sabe não arranjarei um novo amigo. Veremos!

domingo, 23 de março de 2014

Já cheira a jasmim na varanda!

Hoje, perto da minha varanda, já se sentia um odor muito agradável a jasmim. Se não estou em erro, comprei este jasmim no verão de 2011, e terei pago pela planta, que tinha três estacas e cerca de um metro de altura, qualquer coisa como 12€, um verdadeiro disparate diga-se! Um jasmim, é uma trepadeira que cresce bastante rápido, logo, não fez muito sentido ter pago tamanha quantia para o plantar diretamente na terra, pois uma qualquer planta pequena, bem mais barata, muito rapidamente atingiria o mesmo tamanho. 

 Março de 2012 

O meu jasmim este ano abriu as primeiras flores a 11 de março, e curiosamente, por esta altura, os da minha mãe (que eu lhe deu) ainda não abriram qualquer flor. A diferença, a meu ver, residirá nas diferentes condições em que estão. O meu, apanha sol, desde que este nasce, até que o sol se põe, e creio que a diferença estará aí, porque os dela, além de apanharem muito menos horas de sol, estão também numa zona mais fria.

Hoje o meu estava assim:





Convém ir podando, porque se não já o tinha em cima do telhado! E por vezes também é conveniente retirar as folhas envelhecidas. Com os restos da poda, pode-se propagar muito facilmente o jasmim por estaca.  

terça-feira, 18 de março de 2014

Joaninhas na cidade

Hoje, enquanto fazia tempo à espera de uma pessoa, junto à Praça da República no Porto, resolvi passear-me um pouco pelo Jardim Teófilo Braga (vulgarmente conhecido por Jardim da Praça da República).

Jardim Teófilo Braga (ou Jardim da Praça da República) - Porto

Quem conhece a via de cintura interna, que faz um círculo sobre a cidade, o jardim desta praça, ficará quase no centro desse círculo, ou seja, uma espécie centro geodésico do Porto. 

Estacionei no extremo sul da praça, e dirigi-me para o jardim. Mal entramos no jardim, damos de caras com a estátua do Baco (1916), figura travessa e libertina, deus pagão do álcool e do sexo, e, muito curiosamente, num monumento comemorativo do sexto aniversário da república!

Baco 1916 (António Teixeira Lopes)
Ao redor da estátua, como se vê na imagem acima, um círculo com um arbusto rasteiro extremamente florido cobrindo o solo. Trata-se da Cuphea hyssopifolia, e olhando atentamente observei uma joaninha. 

Joaninha

Mas não era única, olhando por entre os arbustos descobri muitas mais!

Coccinella septempunctata

Cuphea hyssopifolia

Continuei caminhando vagarosamente pelo jardim, aproveitando também para fazer um lanche, e rumando para norte, com vista para o edifício do quartel-general.

Vista para o Quartel General


Chegando à parte norte do jardim, encontramos uma nova estátua, também esta comemorativa da república, no caso, comemorativa do seu centenário e inaugurada, como é lógico, em 5 de outubro de 2010.

Centenário da República

Também esta estátua tem o mesmo círculo com o mesmo arbusto rasteiro, e também aqui encontrei imensas joaninhas. O curioso é que não vi pulgões, não sei se existirão outras fontes de alimento, ou se esta Cuphea terá algum poder de atração sobre elas. De qualquer das formas não deixa de ser muito interessante (e positivo) que, mesmo no meio da segunda maior cidade do país, as joaninhas andam por ali em grande número. 

Polinizador verde metalizado

Caminhava ontem pelo monte, mesmo ao lado da minha casa,  e enquanto observava a mancha amarela do tojo em flor, vi que andavam uns escaravelhos de cor verde metalizada, esvoaçando de for em flor.








É certo que se trata de um escaravelho,  e depois de uma pesquisa, aos olhos de um leigo e com as devidas incertezas, aponto para  que seja o Chrysanthia reitteri.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Germinam sementes abandonadas

Como já por aqui várias vezes escrevi, por vezes, a melhor forma de propagar algo por semente, é simplesmente atirar as sementes para um canto qualquer e esquecer-mo-nos delas! Quantas vezes compramos as melhores sementes selecionadas, semeamos em tabuleiros ou recipientes próprios (com alvéolos) colocamos o melhor substrato, humedecemos, cobrimos para manter a temperatura, e andamos com muitos cuidados, e depois não nasce nada ou a taxa de sucesso é diminuta? Muitas vezes! Quantas vezes as pessoas, por exemplo, têm montes de cuidados para semear abóboras, e não nasce nada, e depois, se atirarem uma abóbora para um canto qualquer, é muito provável que as sementes germinem todas!

No outono passado colhi uma única cabaça, que por sinal teve um desenvolvimento deficiente e estava meia apodrecida. De qualquer as formas quis recolher as sementes, e despejei-as num vaso grande de cimento onde tenho um Acer palmatum e deixei-as ali, para que ficassem a secar. Entretanto esqueci-me delas, e com toda a chuva deste inverno, e porque a terra terá impermeabilizado o buraco do vaso, e quando dei conta, estava o vaso cheio de água até à borda, e as sementes ficaram ali, imenso tempo submersas em água. Pensei logo, que dali, nenhuma semente se aproveitaria.

Semente de cabaça

Pois estava bem enganado! Ontem, quando estava a tirar algumas ervas do vaso, reparo que já estavam várias sementes germinadas, e hoje mais umas quantas também já estavam a furar a terra!

Semente de cabaça a germinar

Com muito cuidado, arranquei as pequeninas plantas, e transplantei-as para copos plásticos, onde deixarei desenvolver até serem depois plantadas na terra. Entretanto lembrei-me que tinha uma outra variedade que comprei no ano passado, e coloquei a germinar, veremos se nasce alguma coisa!

Sementes de cabaça transplantadas

A cabaça é uma planta trepadeira anual, que pode ter vários usos. Antigamente eram usadas como recipiente para líquidos, símbolo, por exemplo, a par do cajado, dos peregrinos do caminho de Santiago, mas entretanto foi substituída pelo cantil. Hoje em dia são usadas maioritariamente usadas como matéria-prima para peças de artesanato, e são usadas também em instrumentos musicais, estou-me a lembrar do berimbau. Mas podem ter ainda outras utilidades, como por exemplo, servirem de ninho artificial para as aves, bastando para tal, fazer-lhes uma abertura, e isso ainda hei-de experimentar!

domingo, 16 de março de 2014

Novo ano, nova casa

No ano passado as vespas mudaram de instalações para o poste de eletricidade como já tinha escrito aqui, mas entretanto abandonaram o ninho. Este ano, já anda uma senhora rainha a trabalhar avidamente numa nova casa, mas desta feita em vez de fazer o ninho agarrado a um pau das sebes, não, preferiu a própria superfície em betão do poste. Nesta primeira foto creio que é possível ver em cada célula um ovo, de onde sairão as obreiras que substituirão a rainha na construção do ninho, para esta se dedicar exclusivamente no aumento da sua prole. 






quinta-feira, 13 de março de 2014

Pragas nas suculentas

Já há uns dias que uma amiga minha se queixava que andavam uns bichinhos pretos numa suculenta que lhe tinha dado, e após uma observação mais atenta da minha, constatei que estava também ela cheia de pulgões (ou piolhos) e apresentava até as flores todas secas.




Já em casa dos meus pais, fui observar a planta da minha mãe, que sabia que está toda florida de amarelo, mas numa análise mais ao pormenor também ela tem está infestada, e além de pulgões, tem também, como aliás é habitual, formigas, que funcionam numa espécie de parceria proveitosa para ambos. Por um lado as formigas dão proteção aos pulgões, defendendo-os de predadores, por outro, aproveitam-se do açúcar segredado por eles.  


Sedum palmeri em flor


Pulgões e formigas na flor do Sedum palmeri

Entretanto observei que outra suculenta da minha mãe, um Aloe juvena, está infetada com uma outra praga conhecida.

Haworthia viscosa

Neste caso trata-se da conchonilha, um pequeníssimo inseto, que se gruda qual lapa nas plantas, e também ele suga a seiva das plantas, e libertando muitas vezes uma espécie de melaço que favorece o aparecimento da fumagina, cobrindo as folhas das plantas com uma película negra, que impede a realização da fotossíntese. 

Conchonilha em Aloe juvena

São duas pragas bastante comuns, e de erradicação geralmente simples, mas convém sempre ter as plantas debaixo de olho, porque numa questão de dias, os pulgões podem infestar uma planta completamente porque se reproduzem rapidamente. Geralmente o sabão costuma resolver, é que irei fazer assim que tiver oportunidade.

Caminhar sobre água II - Alfaiate

Apareceram há poucos dias, certamente incentivados pelo sol que se faz sentir, os alfaiates. Primeiro um no lago das tartarugas, e outro numa bacia onde tenho flor-de-lótus. Agora estão dois no lago das tartarugas.  

São extremamente velozes, e à medida que qualquer tartaruga se aproxima, ou eu mesmo se me aproximo para os tentar fotografar, e eles movem-se sobre a água a uma velocidade incrível.

Alfaiate (Gerris lacustris)






sábado, 1 de março de 2014

Relvado - A importância da escarificação

Grande parte das pessoas que trata dos seus relvados, limita-se a pegar no corta-relva e a ceifar a relva o mais rente possível e a regá-los no verão. Mas existem outras tarefas muito importantes e que não devem ser menosprezadas, como é o caso da escarificação. 

Depois do muito trabalho que tive na plantação da gramínea, também conhecida por grama ou graminha (Stenotaphrum secundatum), tenho agora finalmente, as duas áreas da frente da frente da casa, uniformemente cobertas de relva. No fim-de-semana passado, aproveitei o sol que fez por aqui, e o relvado estava seco (não é nada aconselhável cortar o relvado quando este está molhado) e procedi ao primeiro corte, depois de vários meses sem que a relva tenha sido cortada. 

No primeiro ano que plantamos a relva, e estou a falar da espécie que tenho (Stenotaphrum secundatum), esta vai-se distender pelo terreno e passados uns quatro meses temos um relvado verdinho. Mas como é lógico, a relva vai continuar a crescer, e todas aquelas guias crescerão para todas as direções e vão continuar a crescer inclusive por cima umas das outras. Com o passar do tempo, teremos uma altura imensa de guias sobrepostas, e ao ser pisada mais parece que estamos a caminhar sobre uma esponja grossa.

A gramínea ao crescer por cima da relva já existente, irá asfixiar as camadas de relva inferior, fazendo com que as folhas apodreçam e fique uma camada densa de palha. E o que a escarificação irá fazer é precisamente remover esta camada de palha acumulada. Tem  a vantagem de arejar, e até de mondar o excesso de guias que se acumula, permitindo também que a água e adubos cheguem mais facilmente às raízes. A escarificação também útil para remover musgos que por vezes se formam, devido à sombra, falta de adubação ou solos demasiado compactos por exemplo. 

A escarificação pode ser feita com um vulgar ancinho, mas existem ferramentas mais apropriadas para o efeito, tanto manuais, como elétricas ou a gasolina. Na viagem a Tomar em outubro passado, aproveitei e comprei um escarificador manual usado que tinha visto na net, num negócio que fiz em mãos com um casal simpático de Coimbra. Estava como novo e comprei por um bom preço. Este escarificador manual novo custaria cerca de 70€.

Lâminas do escarificador manual

Este escarificador é composto por duas peças, um cabo, em que podem ser adaptadas muitas outras ferramentas compatíveis da mesma marca, e pelo escarificador propriamente dito, que como se vê na imagem é uma espécie de ancinho com rodas, mas que tem umas lâminas afiadas em aço, que vão então arrancar a tal palha acumulada e destroçar grandes acumulações das guias da gramínea, e remover também possíveis musgos que possam existir. 

O escarificador manual com rodas é bem mais prático e eficaz que o ancinho, mas também se torna uma tarefa cansativa, tanto mais quanto maior for a zona a trabalhar. Daí que eu opte sempre por ir trabalhando faseadamente. Há que ter em conta que a escarificação faz-se uma ou duas vezes por ano, logo, a pessoa deve ponderar o custo/benefício, de investir muito dinheiro numa ferramenta cara, que pode usar-se uma só vez no ano. Mas já existem escarificadores elétricos a preços bastante acessíveis, e terão a vantagem de, por um lado serem mais rápidos a efetuar a tarefa, e por outro aliviar as costas do jardineiro! O escarificador manual tem a vantagem de poder ser usado em sítios mais pequenos e de difícil acesso, pelas maiores dimensões da máquina elétrica ou a gasolina. 

Para se ter noção, num pequeno espaço de poucos metros quadrados, consegui remover mais de 30L de palha e excesso de relva como se pode ver na imagem. 


A escarificação para um relvado de semente, é aconselhada preferencialmente na primavera antes do início dos cortes, e/ou no outono depois do último corte. No meu relvado eu passo o escarificador sempre que vejo que uma certa área está a precisar.

P.S: Tenho desta relva Santo Agostinho para venda, em caso de interesse contacte por e-mail ou deixe comentário.