domingo, 25 de outubro de 2015

De regresso sempre em outubro

Conhecer a passarada é também conhecer o seu canto. E eu já há algum tempo que me perguntava pelos piscos, e pelo que costuma andar pelo meu terreno voltariam de novo. E porque eles regressam sempre em outubro, hoje ouvi piscos ao longe, com aquele seu canto poderoso e estridente e olhei em volta, e lá estava, de novo o pisco que costuma andar cá por casa, a responder de cima do azevinho, um dos seus sítios preferidos. 

E com um pouco de paciência lá consegui apanhá-lo, pousado em cima da rede:



Dias depois:




Uma outra espécie que me tem visitado, e que nunca tinha visto por cá (ou nunca tinha reparado) são os chapins, mas até ao momento ainda não os consegui fotografar.


Larva mineira na laranjeira

Já por aqui tenha falado de larvas mineiras mais concretamente numa madressilva que tenho. Mas por estes dias começaram a atacar em força os novos rebentos dos citrinos, principalmente uma das laranjeiras que tenho. Não fossem os estragos que causam, quase que se poderia considerar artístico os efeitos que fazem nas folhas:



Tenho de investigar se haverá algum método de combate biológico que resulte, isto porque eu raramente uso pesticidas. 

domingo, 18 de outubro de 2015

A sebe de heras: um ano depois

Contava aqui há quase um ano, que decidi cortar a sebe que tinha de escalónias, e substituí-la por heras. Não foi uma decisão precipitada, pensei muito antes, pois a sebe de escalónias esteve bem bonita durante algum tempo, investi tempo e dinheiro, mas cheguei à conclusão que já não havia muita a fazer. 
E a escolha recorreu nas heras. Desde logo porque não gastaria um cêntimo para as plantar (até de estaca pegam) mas principalmente porque são resistentes e nada lhes pega, vedam completamente criando privacidade necessária, não ocupam espaço em largura, não precisam de cuidados especiais nem sequer de ser regadas e dão muito pouca manutenção. A única desvantagem que encontrava é ter de se esperar que cresçam, mas ainda assim a coisa parece mais lenta do que na realidade é. 

Para se ter uma ideia, compare-se então com fotografias, com um ano de diferença. Hoje...


...e um ano antes:



E estou em crer que para o ano já quase tudo estará tapado, e a sebe de heras cumprirá a função para que foi feita, que é, dar privacidade. Pelo menos para já não estou nada arrependido, e duvido que me venha a arrepender da escolha que fiz. 

Tomar: dois anos depois

Estão quase a passar dois anos que estive em Tomar, de visita ao Convento de Cristo e à Mata Nacional dos Sete Montes. Na altura trouxe umas azeitonas caídas no chão e retirei duas pequenas estacas de pyracanta que encontrei no monte e que meti dentro de uma garrafa de água até chegar a casa. E quase dois anos depois as sementes germinaram e da estaca ter pegado, já estão ambas de bom tamanho:





Curiosamente, as duas sementes tiveram comportamentos muito diferentes. Uma como se vê na imaginem cresceu imenso (já com mais de um metro), enquanto que a outra, não sei bem porquê, ainda está muito pequena e com apenas alguns centímetros. Contudo está agora a dar origem a novos rebentos e por certo irá começar a crescer normalmente. 


Eu trouxe uma estaca de uma pyracanta de Tomar, unicamente porque não tenho aquela variedade de fruto, que tem uma tonalidade bem vermelha, enquanto que as que tenho dão frutos cor-de-laranja. 



E então daqueles dois rebentos laterais da pyracanta, resolvi fazer mais umas cinco estacas para propagar mais, visto que só ter este exemplar. 




Aproveitarei as plantas que daqui surgirem (e a taxa de sucesso é mesmo muito elevada) provavelmente para para fazer mais uns bonsais. E o melhor para ter uma planta com o tronco bem grosso rapidamente, é planta-la diretamente na terra e depois arrancar quando se achar que já tem o porte necessário. Quanto à oliveira grande ainda não sei o que lhe vou fazer. Para já está num vaso de trinta litros, mas tenho de começar a pensar no que fazer dela e começar a podá-la até para limitar o crescimento das raízes. Não sei se por exemplo a pode em formato bola (topiaria)... ainda estou um pouco indeciso. Mas de qualquer das formas estou orgulhoso por estes exemplares que tenho, em jeito de recordação, da minha visita ao Convento de Cristo e respetiva Mata em 2013.

domingo, 4 de outubro de 2015

Por entre lendas e açafrão

Segunda caminhada, quinze dias depois da primeira, e desta feita por terras de Montalegre e com direito a palestra sobre cogumelos e tudo. Andou-se pela aldeia da Venda Nova e abasteceu-se depois energias na Albufeira de Salamonde em pleno Gerês. 

Eu já por diversas vezes que estive no Gerês, mas nunca numa caminhada de vários quilómetros, Tinha sido sempre de carro, e nada como andar pelos trilhos para contactar com a natureza mais de perto. A paisagem é qualquer coisa, mas de perto, nem sempre é bonito de ver. Montes cheios de mimosas e outras invasoras, zonas queimadas pelos incêndios, e cabos e mais cabos de alta-tensão, com as obras feitas pelo homem a mutilar a beleza natural.

Destaque para uma autóctone que pude observar. Por aqui e por ali, iam aparecendo umas florzinhas de Açafrão-bravo (Crocus serotinus):











Na ponte da Misarela, conhecida por Ponte do Diabo, uma das pessoas da organização contou-nos a lenda da ponte. Visto que historicamente não sabe quem a fez ou a mandou construir e ainda por cima não é a direito, e como a criatura, o pobre diabo, tem as costas muito largas, a ele ficou logo associada. 
Conta-se então que um criminoso ao fugir da justiça vê-se encurralado nos penhascos do rio Rabagão e em desespero, invocou ajuda, de deus ou do diabo, e de imediato o diabo - sempre solícito! -apareceu não perdendo oportunidade, e disse que o ajudava claro, mas se este lhe vendesse a sua alma! E o diabo fez então aparecer uma Ponte ligando as margens do rio, passando então o criminoso, mas de seguida fazendo-a desaparecer, travando assim as autoridades. Mais tarde o homem, arrependido, foi-se confessar  a um padre e contou-lhe o sucedido. O padre decidiu então ir resgatar aquela alma ao diabo. Para isso arranjou uma caldeira com água-benta e ao chegar ao tal sítio fez tal e qual como o fugitivo, e, nesse mesmo instante, apareceu-lhe o diabo.O padre ao ver o diabo, aspergiu-lhe água benta com um ramo que cortou do arvoredo e nesse mesmo momento o diabo deu um estouro e desapareceu.
Como a ponte ficou benzida, o povo começou a acreditar que lá se poderiam operar milagres, e claro, rapidamente se começaram a fazer por ali rituais pagãos. E fiquei a saber que, ainda hoje se diz que se algo vai mal numa gravidez, deve a mulher pernoitar debaixo da ponte e a primeira pessoa que pela manhã passar pela ponte deverá ser o padrinho ou madrinha da criança. Esta deverá receber o nome de Gervásio ou Senhorinha consoante o sexo que tenha. E que por aquelas bandas ainda hoje se encontram muitos Gervásios e muitas Senhorinhas e que se faz uma festa e tudo!




Companheiro de quarto

Por toda esta semana andou aqui pelo meu quarto um gafanhoto. Ora numa parede, ora noutra. À noite gostava de ficar ali na mesinha de cabeceira, talvez para me fazer companhia, ou para ele mesmo se sentir acompanhado! Ainda há momentos resolveu instalar-se em cima de uma garrafa de água, e só pareceu sentir-se desconfortável quando o comecei a focar com a máquina fotográfica e ele lá tinha de levar com a luz dos infra-vermelhos em cima e aí sim começou a mexer-se. 



Apesar de me parecer muito bem instalado, pareceu-me que uma habitação humana não será o sítio ideal para um gafanhoto - afinal o que é que ele comeria? - e resolvi então pegar nele (nem se mexeu ao aproximar-me com as mãos) e libertá-lo fora de casa. E mal abri as mãos, lá ele voou para junto do limoeiro. Boa sorte gafanhoto!